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Título: A INTERFACE DO TRATAMENTO DO DEPENDENTE QUÍMICO E AS RELAÇÕES FAMILIARES - UMA REVISÃO SOBRE O ASSUNTO
Aluno: CÁSSIA CRISTINA DO NASCIMENTO
Orientador: FERNANDA CENCI QUEIROZ
Banca:
Ano: 2014   Tipo: PIC
Palavras-chave: A interface do tratamento do dependente químico e as relações familiares - uma revisão sobre o assunto
Resumo: Este trabalho busca entender a influência da família no tratamento do dependente químico, visto que a esta exerce grande influência no comportamento dos seus membros. Desta forma a pesquisa buscou encontrar na literatura brasileira o que vem sendo publicado sobre tratamento da família do dependente químico com foco na sua recuperação e socialização, a fim de compreender as diversas formas de abordagem da família do dependente químico, buscando recuperá-lo e reinserir-lo na sociedade. Esta revisão buscou também verificar a existência de relatos de experiências publicados de abordagens familiares no tratamento da dependência e descrever os desafios das políticas voltadas ao tratamento do dependente químico. O caminho metodológico dessa pesquisa foi trilhado através da revisão da literatura dos próprios textos temáticos e teóricos. O levantamento bibliográfico e o trabalho de coleta de dados foram realizados na base de dado das bibliotecas virtuais da saúde, como o LILACS, BIREME e SCIELO. Os artigos encontrados foram lidos na integra e agrupados em categorias de análises que respondam ao objetivo da pesquisa, sendo estas: experiências de tratamento familiar e desafios da inclusão da família no tratamento da dependência. Foram eliminados os artigos que não tratavam especificamente do tema. Quanto a formação dos autores foi percebido que 40% eram enfermeiros e outros 40% eram psicólogos, o que demonstra a participação da enfermagem na atuação deste problema de saúde pública. Na primeira categoria 50% dos artigos relatam estratégias inovadoras de incluir a família no tratamento da dependência química, sendo que 28%(3) dos trabalhos usaram como estratégia atividades em grupos envolvendo profissionais e familiares; 7%(1) usou de ECOMAPA como estratégia de mapeamento da rede social do dependente, que permitiu análise de vínculo, identificação de pontos vulneráveis e levantamento dos fatores de riscos e proteção; 7% (1) utilizou de internação domiciliar como nova estratégia de serviço a fim de ampliar e descentralizar o atendimento, propondo um trabalho de construção de rede social de apoio ao dependente integrado no seu meio social; 7% (1) traz uma experiência com tratamento com dependente químico internado. Apesar de essa pesquisa trazer a importância do familiar no tratamento, ela tem o foco central na equipe multidisciplinar, sendo trabalhado o papel da família através de conversas nos horários de visitas, sendo assim essa pesquisa se distancia das anteriores que tem o foco central na família. Os outros 50% dos trabalhos encontrados voltaram seus estudos para analisar literaturas e entrevistas a fim de mostrar a necessidade de se reestruturar o serviço de saúde mental para dependentes químicos, compondo a segunda categoria de análise. OLIVEIRA(2012) e ANDERSON(1999) ressalta a necessidade do preparo para a alta como forma de evitar as recaídas, uma vez que os familiares entrevistados demonstram acreditar que a hospitalização é a solução dos problemas da dependência, desconsiderando a influência do meio social nas recaídas. O primeiro autor vai mais além, pois coloca a importância de incluir os CAPS-ad como serviços que colaboram para a redução das recaídas. SOCCOL(2013) já coloca a necessidade de se realizar apoio familiar não só nos CAPS-ad mas também nas unidade básicas de saúde. FLIGIE(2004) aborda a questão familiar do dependente não na perspectiva de auxilio no tratamento, mas como potencial risco para se tornar dependente. Coloca a importância de tratar do assunto das drogas com quem convive com dependente, mas ainda não faz uso de drogas. ARAGÃO(2009) estudou a desestrutura familiar causada pela presença do uso de drogas em um dos seus membros, tendo como resultado relatos de desesperanças mas também de grandes preocupações e desejos destes familiares que algum tratamento possa ajudar seus entes adoecidos. Maciel(2013) ressalta a importância de políticas estruturadas que consigam incluir a família no tratamento como estratégia de melhorar a adesão e acesso ao tratamento. Este autor ressalta que os profissionais precisam de capacitação para realizar esse acompanhamento familiar e revisão de seus conceitos para instrumentalizar os familiares. Esta pesquisa pode concluir que apesar de existir experiências publicadas sobre a importância de incluir a família do dependente no tratamento, a operacionalização desta prática ainda é prematura em nosso país. É possível perceber nos trabalhos lidos que o tratamento com o dependente químico vem evoluindo, mas que o desafio de integrar a família nos diversos serviços de saúde(atenção básica, secundária e terciária) ainda é significativo. Fica evidente nesta pesquisa a importância de mais estudos sobre tratamento de dependência química que incluem a família, bem como de melhoria nos serviços existentes.
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