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Título: AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DA PRODUÇÃO DE BIODISEL UTILIZANDO ÓLEO DE FRITURA RESIDUAL
Aluno: DIEGO CALIXTER LIMA
Orientador: MARY LEIVA DE FARIA
Banca: TIAGO BERVELIERI MADEIRA
Ano: 2025   Tipo: Monografia / TCC
Palavras-chave: Biodiesel, óleo residual e transesterificação.
Resumo: A transformação do óleo residual de fritura em biodiesel traz inúmeros benefícios para a sociedade e o meio ambiente, oferecendo uma solução prática e sustentável para o descarte inadequado de óleos vegetais usados. Para analisar a características e/ou propriedades do biodiesel um dos parâmetros a ser determinado é o índice de acidez (IA), que além de fornecer dados sobre a qualidade do produto, fornece dados sobre a conservação do óleo utilizado na obtenção do biodiesel. Assim, este trabalho tem como objetivo avaliar a influência da acidez do óleo residual de fritura no rendimento do biodiesel, bem como determinar se o índice de acidez do biodiesel obtido está dentro dos parâmetros da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A análise do IA foi realizada com base nos métodos físico-químicos do Instituto Adolfo Lutz. Todas as análises foram realizadas em triplicata. Para a obtenção do biodiesel inicialmente preparou-se a solução de metóxido de sódio. Para isso adiciou-se 1,5 g de hidróxido de sódio (NaOH) em 35 mL de metanol. A mistura foi submetida à agitação contínua, sob controle de temperatura em torno de 45 °C, em banho de óleo, até que o NaOH estivesse completamente dissolvido. Depois adicionou-se em um erlenmeyer de 250 mL, 100 mL de amostra de óleo de soja (in natura ou óleo residual de fritura). O material foi submetido a aquecimento em banho de óleo, com agitação constante, até que a temperatura atingisse aproximadamente 45 °C. Em seguida, adicionou-se a solução de metóxido de sódio recém-preparada, e a mistura reacional permaneceu sob agitação a 45 °C por um período de 30 minutos. A reação para cada amostra de óleo foi feita em triplicata. Após a separação das fases, o biodiesel passou por lavagens sequenciais com 50 mL de solução de HCl 0,5%, solução saturada de NaCl, água destilada e novamente com solução saturada de NaCl, sendo posteriormente seco com sulfato de sódio anidro. Os valores médios do índice de acidez do óleo de soja in natura, do óleo de fritura de pastel e de batata foram de 0,35 ± 0,12 mg KOH/g, 2,43 ± 0,32 mg KOH/g e 2,84 ± 0,64 mg KOH/g respectivamente. O óleo de soja in natura apresentou índice de acidez dentro do esperado, uma vez que de acordo com a ANVISA (BRASIL, 2005), o valor máximo permitido nos óleos e gorduras refinados é de 0,6mg KOH/gamostra. Já o óleo residual de fritura de pastel e de batata apresentaram um índice de acidez alto em comparação ao óleo de soja in natura, consequência das altas temperaturas que foram submetidos no processo de fritura. O índice de acidez do biodiesel do óleo de soja in natura e do óleo de fritura de pastel foi de 0,17 ± 0,06 mg KOH/g e do óleo de fritura de batata foi de 0,53 ± 0,08 mg KOH/g, estando os dois primeiros dentro dos valores especificados pela ANP (0,50 mg KOH/g) e o último ligeiramente acima. Como o biodiesel de óleo de soja residual de fritura de batata apresentou um IA ligeiramente acima do valor máximo permitido, e este resultado pode ser atribuído à presença de água no biodiesel, é necessário a utilização de um sistema de desumidificação mais eficiente. Mesmo sem a realização de um pré-tratamento, a transesterificação alcalina por rota metílica apresentou um rendimento satisfatório de 73% e 79% para o óleo residual de fritura de batata e de pastel, respectivamente. Este resultado foi similar ao rendimento do biodiesel obtido a partir do óleo soja in natura (82%), o que possibilita concluir que há viabilidade técnica para a produção de biodiesel a partir dessas fontes.
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